Em 1953, há exatos 60 anos,
Watson e Crick desvendaram a estrutura do DNA e o pareamento de bases e assim abriram
caminho para um mundo de possibilidades na biologia. Hoje, muitas destas possibilidades
se tornaram realidade e até exceção para a famosa dupla hélice de DNA foi encontrada, com a descoberta do DNA quadrúplex-G em células
humanas. Por outro lado, somente no ano passado foi possível fotografar diretamente a dupla hélice do DNA, que até então havia sido evidenciada apenas
por métodos indiretos (mas não pouco precisos!).
À esquerda, representação do DNA quadrúplex-G (crédito: Thomas Splettstoesser). Á direita, primeira foto do DNA dupla hélice obtida por microscopia eletrônica (crédito: Enzo Di Fabrizio)
É praticamente impossível resumir
tudo o que foi feito na área da genética molecular neste período, mas alguns
números nos mostram a dimensão da produção científica nestes 60 anos. No Pubmed,
um dos principais bancos de dados para pesquisas bibliográficas na área
biomédica, há mais de 1,7 milhão de artigos publicados contendo o termo “gene”.
O GenBank, banco de dados de sequências de DNA, não para de crescer e atualmente
possui cerca de 1,6 bilhão de sequencias de DNA depositadas por pesquisadores
de todo o mundo. Depois do sequenciamento do primeiro genoma humano, que inaugurou
esta era de genomas completos, os genomas de outras 1000 pessoas já foram sequenciados.
Antes, havíamos conhecimento das causas genéticas de apenas 60 doenças humanas,
hoje, este número aumentou para 5000! E, além disso, o genoma de outras
182 espécies eucarióticas e de 4143 procariotos já foram sequenciados (Fonte: GOLD genomes online database).
Todo esse conhecimento nos ajuda
a entender mais sobre a biologia de cada espécie, como também sobre como elas se
relacionam e como evoluem. Quanto mais genomas conhecemos, melhor conseguimos
identificar quais são as “peças” fundamentais em qualquer sistema biológico e
quais são as “peças” exclusivas que tornam cada espécie única, não só na sua
forma, como nas suas estratégias para sobreviverem em um ambiente particular.
Os aplicações e desdobramentos deste conhecimento são muitos e fazem crescer
a passos largos as áreas de biotecnologia e biologia sintética que
buscam criar soluções com base em sistemas biológicos.
No dia do DNA, temos muito o que
comemorar! Mas temos também muito o que desejar, pois ainda há muito para
descobrirmos, entendermos e, por que não, criarmos nesta área.
Feliz dia do DNA!
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